sábado, 19 de janeiro de 2013

Sammael


Na madrugada ele me chamava
Seus olhos em minha mente
Enquanto o acaso me tentava
Sempre cedia por mais que eu tente

Seu semblante em minha cara
-Fraco, fraco, fraco! Ele gritara
Seu nome cada vez mais alto
Despertando-me como um arauto

-Corre, pois se corres irei te pegar.
Não há refúgios para um tolo errante
Mesmo que tente a terra mais distante
-No final meu nome irás gritar!

Era madrugada sanguinolenta
E eu via mil almas sonolentas
Dentre elas, jazia a minha
Desesperançosa e violenta

E meus gritos ecoavam infundados
Louco, gritando até ficar sem voz
-Por que deixar seus sonhos afundados?
Em seus olhos via um olhar atroz

-Chame, clame por meu nome!
-És meu e também és teu
-Somos uno como a morte e a fome
-Toma o nome, pois ele é seu.

Preso na garganta o coração disparado
O nome n’alma há muito entalhado
Veneno, no lábio doce como o mel
-Sammael

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