sábado, 28 de agosto de 2010

O Perfume

Caminho por ruas incolores
Sinto um ar gélido e pesado
Pairando no mundo sem amores
Não há cheiro, mundo estagnado

Eis que meu pulmão se inflama
Pairando no ar vejo uma centelha
E em meus olhos vejo sua chama
-Preciso tê-la de qualquer maneira!

Procuro então por esta cor lasciva
Pelos lábios doces que não beijei
Procuro por este mundo impassivo
Desejo o perfume que nunca cheirei

Desejo apenas o fulgor de sua pele
A ardente pulsão em minhas mãos

Desejo que nada seja como de costume
Eu quero apenas o seu perfume

sábado, 7 de agosto de 2010

Rosto sem Face

Sentado sozinho
Na frente de um espelho
Ocultando meu reflexo
Meu sorriso perverso.

Os olhos já se foram
Nem lembranças deixaram.
Restou o vazio
Escrito em um verso.

Os meus sonhos foram roubados
Antes que eu pudesse acordar
E os desejos foram mortos
Antes que pudessem sonhar.

Um espelho sem imagem,
Vidro estilhaçado.
E agora o que me resta?
Não há nada a se olhar.

Mosca

Diário do Dr. Fleubermann Paciente nº 003764 Curioso e peculiar o caso deste paciente em específico. Ainda me lembro bem da primeir...