segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje outra homenagem

Este texto é uma homenagem que faço para o primeiro soneto de Álvares de Azevedo que eu li na vida. Todo primeiro verso de cada estrofe está igual ao texto de Álvares, as terminações das rimas também são as mesmas, algumas até as mesmas palavras. Porém a 'ordem' das rimas está diferente: no soneto de Álvares as rimas estão em 1212, 1221, 121, 121; e no meu estão 1122, 1122, 121, 121. O soneto de Ávares de Azevedo se chama Pálida à luz, o mesmo nome que leva meu soneto.

Pálida à luz

Pálida à luz da lâmpada sombria
Sobre o cântico luar ela sorria
Em seu leito floral jazia reclinada
Como era bela a minha amada!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Nas marés de amor que ela trazia
E o seu toque, sua voz embalada...
É o meu anjo guardião d’alvorada!

Era mais bela! O seio palpitando
E como o vinho, o sangue esvaindo
Formas nuas e sombrias dançando

Não rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – noites eu velei em sonetos
Por ti – em meus sonhos morrerei sorrindo

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Fotografias

Se meus olhos tirassem fotos
Eu veria a essência da imagem
Não veria somente os corpos
Entediados e sem margem

Veria a onda de som se propagar
O vento em minha face a sorrir
Uma gota de chuva poderia pegar
Assim eu jamais teria que partir

Pararia o tempo por um momento
Eu viveria em um eterno instante
Eu guardaria o seu olhar sonolento
E nada nunca mais seria distante

Se com os olhos pudesse fotografar...
A fumaça caminhando lenta no ar
A saudade antes mesmo de se formar

Se com os olhos eu pudesse capturar
A essência da beleza para chorar
Meus olhos não parariam de te olhar

Mosca

Diário do Dr. Fleubermann Paciente nº 003764 Curioso e peculiar o caso deste paciente em específico. Ainda me lembro bem da primeir...