sábado, 25 de maio de 2013

Apenas uma tarde qualquer



Talvez tudo sempre esteve certo...
Como os pássaros voando numa tarde de outono,
Como o vento que assopra frio na face.

Vejo rostos na lama simétrica,
Vejo máscaras, vejo a nós...

Talvez tudo já estava certo desde a partida.
Como um pássaro tentando alcançar seu bando
Separa-se e no final volta ao seu lugar.
Como a face vermelha numa tarde de outono.

Talvez tudo sempre esteve certo...
Como um laço, nunca desfeito em pensamentos,
Como os pássaros que voam, como um sorriso
Em uma tarde de outono qualquer...

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Meras Palavras



Palavras mentem a todo tempo
Expelidas de bocas envenenadas
Escorrendo em um fogo lento
Tarda preso em almas exaltadas

Palavras por si só de nada valem
Mentiras irrisórias e ilusões
Amor e ódio à mesma boca dizem
Apenas sentimentos sem pulsões

Sou poeta que não gosta de palavras
Não, palavras vadias e vazias
Que nada dizem e se vão tardias

Das palavras eu prefiro as ações
Demonstrar vale por se provar
Prefiro as palavras que podem falar

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Sofia e Joana



Sofia era uma garota simples, de gostos simples. Morava no 1º andar de um pequeno prédio de 2 andares. Estudava o dia todo, e passava a noite em casa. Quando era mais nova sempre gostava de passar as tardes ensolaradas na casa da “tia” Joana, a senhora que morava no apartamento de cima, o tempo foi passando e ela deixou de ir lá, mas não deixou de ter apreço pela simpática senhora.
Apesar de gostar muito, a velha era um pouco assustadora, principalmente a noite, fazia muitos barulhos de passos no quarto de cima do de Sofia, e também o barulho daquela cama de molas que deveria ser mais velha que a senhora, seu barulho causava arrepios na pequena garota, mas ela sempre se lembrava da simpática velhinha que estava lá e tudo passava.
Durante alguns dias do último mês Sofia notara que a casa de Joana estava mais silenciosa, mas nada muito relevante para ninguém. Os dias foram passando e as pessoas foram esquecendo... Em frente ao apartamento de Sofia existe uma fábrica, dela sai um cheiro muito ruim quase todos os dias, mas recentemente esse cheiro tem ficado cada vez pior, até que um dia alguém foi examinar.
Determinaram que o cheiro não viera da fábrica e sim do prédio, do apartamento de Joana, a coitada já estava morta havia mais de 20 dias e ninguém notara. Médicos disseram que ela simplesmente morreu dormindo, não sofreu dor alguma, sequer deve ter descoberto ainda que já morreu, eles brincavam.  Sofia foi ao funeral de sua velha amiga, lembrou-se das tardes, dos biscoitos, das anedotas e lições de vida, chorou muito, foi um dia triste.
A noite, Sofia já exausta, foi dormir e logo que deitou apagou, acordara no meio da noite ouvindo barulhos estranhos. Ouvia passos e se lembrara da senhora que viveu lá por muito tempo, que não tinha filhos ou parentes, “morreu dormindo, talvez nem saiba que esteja morta”. A velha cama de molas fez o conhecido barulho que lhe causava arrepios, e Sofia se lembrou de sua velha amiga que agora estava enterrada.

Mosca

Diário do Dr. Fleubermann Paciente nº 003764 Curioso e peculiar o caso deste paciente em específico. Ainda me lembro bem da primeir...