A carne podre sobre meus dedos
Arranca e dilacera minh’alma
O cerne que expõe meus medos
Retifica o ignóbil em minha palma
Anjo puro n’outrora com rigor
Cai cedido as tenras exceções
E em seu mais árduo furor
Partilha no corpo suas tentações
-Paraíso, cai em minhas mãos!
de um grito rouco se ecoando
Esvai-se entre os dedos até o chão
A liberdade em suas asas voando
E o paraíso se perdeu numa esquina qualquer
Jogado em seu canto esculhambado, maltrapido
Destituído de seu encanto ou seu valor sequer
Jogado ao chão a mercê dos ratos
Carne podre que desmancha a alma
-Maldito corpo que cede a seus gastos!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
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