quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Momento

Ignóbil esse sentimento de vazio
Há dias estagnado em meu coração
Carrega em si a nobreza de um vadio
E nada me varre a indesejavel solidão

Não foi obra do acaso, foi o momento
Tentei segura-lo, agarra-lo com as mãos
Eu vi que não se pode segurar o tempo
É algo intangível, frio e sem pulsão

Tentei me apegar a uma lembrança
Tentei imortalizar o que nasce para morrer
Nasce e morre, não é como uma balança
O instante morre antes mesmo de nascer

Não se pode contê-lo, ele deixaria de ser
A beleza do instante é vê-lo perecer

Pegá-lo deixaria o coração vazio
Apenas aprecie a essência do ser
Não se deve segurar um rio
Seja o momento até ele perecer

Anderson Marques Mileib

Um comentário:

  1. Te visitando pela primeira vez e me sentindo honrada de ler tão tocante poema. Nascer e morrer em tudo que nos rodeia, difícil é a tarefa de se viver. Podemos ser qualquer coisa, ou nada, e ainda sim expandir nosso pouco saber.
    Abraço Anderson, voltarei!
    *Bela.

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