Este é só um projeto de uma ideia que tive, se alguém que leia meu blog quiser dizer algo ou alguma ideia ficarei grato.
-Já teve a sensação de estar
sendo seguido? Parece loucura mas faz algum tempo que por onde ando eu sinto
que existe alguém me observando. Dizia o jovem para seu amigo enquanto bebiam
em um bar
-Sabe o que eu acho? Acho que
você deve estar imaginando coisas, ou está muito bêbado ou muito sóbrio para
falar de um assunto desses logo na sexta-feita e olha, ainda estamos na
primeira garrafa! Retrucou o amigo de cabelos louros rindo.
-É, talvez você tenha mesmo
razão, devo estar trabalhando muito ultimamente. E por falar nisso que horas
são? Hoje não posso chegar tarde em casa, sabe como são meus compromissos.
-Rá, se sei, seus grande
compromissos com downloads de séries, isso é crime sabia? Ainda são 21:30, a
hora exata de pegar outra garrafa, por minha conta agora.
A noite
foi demasiada longa e curta ao mesmo tempo, para dois amigos que se encontravam
depois de algum tempo. Enquanto conversava com seu amigo, Samuel estava
disperso, dificilmente fitava seu amigo que não vira a muito, seus pensamentos
não estavam na conversa mas no ambiente a sua volta. Por vezes chegava a olhar
cada rosto que passa pelo seu campo de visão, um homem negro de terno, uma
mulher com saia longa, outra com saia curta, todos pareciam cumplices de uma
estranha conspiração na qual ele parecia ser o centro.
“Será que estou ficando louco? Como poderia pensar que cada
pessoa que passa por mim pode ser alguém me seguindo, talvez deva procurar um
médico”, este era seu pensamento até ser surpreendido por um rosto estranhamente
familiar e este estava fitando-o de fato. Como quem acorda de um sonho assutado
ele voltou a si e se deparou com seu amigo chamando seu nome.
-Ei
cara você ta bem? Parece cansado, bebeu demais? Disse o louro rindo agora com a
face rubra por causa do alcool.
-É, não
me sinto muito bem, vou até o banheiro. Respondeu já se levantando impedindo o
amigo de dizer qualquer coisa.
Samuel
se levantou e passou por algumas mesas até chegar na porta do banheiro, em seu
caminho sempre olhando aquele sujeito estranho que o fitava. Parecia ser um
homem alto pois estava desajeitado na cadeira, tinha os cabelos vermelhos como
fogo e uma barba rala no rosto, embora tivesse certeza que nunca o vira antes,
Samuel viu algo familiar naquele homem que o seguia com os olhos, tinha um olhar
intimidador, chegando fazê-lo sentir um pouco de medo, seguindo-o até entrar no
banheiro. Ao entrar o jovem se viu sozinho, encostou as mãos na pia, suas mãos
inexplicavelmente tremiam, de alguma forma a imagem daquele sujeito não lhe
saia da cabeça, tentava se lembrar onde o vira antes mas era inútil. Vendo que
não conseguiria nada ali, respirou fundo e lavou o rosto, os tremores passaram,
mas a estranha sensação ainda o seguia até que ouviu um barulho na porta e viu
um vulto entrando no banheiro, com o susto tentou correr e escorregou no chão
molhado quase caindo, o pouco tempo que lhe restou apenas olhou para a porta.
-Ei
Sam, qual é? Venha você não parece estar muito bem, paguei nossa conta, vamos
embora antes que caia. Disse seu amigo enquanto entrava no banheiro tentando
não rir da situação.
Após
alguns instantes os dois amigos caminhavam pela rua, contando casos e rindo
como se nada tivesse acontecido, caminharam até uma rua onde cada um iria para
um lado, despediram-se e cada um seguiu seu rumo noite adentro.
Samuel havia esquecido da estranha presença por algum tempo,
de fato nem se lembrava até começar a se sentir estranho, seus passos foram
ficando mais lentos, seus pés pesaram e sentiu seu corpo suando frio. Parou em
uma esquina sentindo-se extremamente nauseado, encostou-se em um muro para
tentar se focar no caminho, foi quando viu de relance do outro lado da rua aquele mesmo sujeito, ele
estava parado de pé olhando fixamente para Samuel que novamente sentiu aquela
sensação estranha e familiar de medo, sua visão ficou turva obrigando a se
sentar, com a mão apertou os olhos e quando foi aos poucos recuperando a visão
se viu em uma rua deserta. Sentindo-se melhor, se levantou e procurou algum
sinal de vida, a rua era aberta não tinha como ninguém simplesmente correr sem
que se visse.
Aliviado,
agora lembrando-se da situação encostou-se na parade e rindo disse em voz baixa
“é, eu realmente estou ficando louco” e continuou seu trajeto para casa. Após
caminhar um pouco, Samuel lembrou-se novamente do sujeito, será que existia
mesmo ou era fruto de sua imaginação? Tentou desenhar o rosto em sua mente para
descobrir o motivo de esse rosto estranho lhe ser tão familiar, mas não
conseguia, sua concentração foi quebrada por um carro passando na rua em alta
velocidade, com o susto Samuel teve uma estranha sensação de deja-vu. Foi
quando viu claramente o rosto em sua mente, mas não estava do mesmo jeito que o
homem do bar, estava mais rústico, parecia um animal e seus olhos pareciam ter
sede de sangue.
“Sangue...” ele pensou, e se
lembrou dos cabelos vermelhos e de alguma forma associou sangue a ele, foi
quando viu aquele sujeito novamente, coberto de sangue com um olhar violento e
intimidador que o paralisou, e da mesma forma que apareceu o homem desapereceu
de sua vista deixando-o com uma nausea estonteante.
Samuel apenas conseguiu colocar
as mãos no estômago como um reflexo, até sentir uma forte pancada na barriga e
logo depois uma estranha sensação de dormencia em todo o corpo, a sensação mais
reconfortante que jamais sentiu em toda sua vida, durou apenas alguns segundos
mas foi o bastante para jamais esquecer. Após alguns instantes a náusea voltou,
Samuel olhou para o lado e viu aquele sujeito estranho de cabelos vermelhos,
sua boca não se moveu mas ele escutou claramente sua voz dizendo “Bem vindo ao
meu mundo”, e a última coisa que se lembra foi de vomitar. Samuel despertou em
seu quarto, ofegante e com sede, confuso sobre como chegou em casa, mas feliz
por aquilo ter sido um sonho, sentia apenas uma leve dormencia na parte de tras
do pescoço que julgou ter ocorrido por causa de sua posição na cama. Após beber
água deitou-se na cama e adormeceu rapidamente sem se dar conta de um pequeno
hematoma na dormencia em seu pescoço.